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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma pequena história...


Uma gota, outra gota e mais outra e outra…foi assim que tudo começou, como o tic-tac-tic-tac de um relógio.
A Margarida já estava a imaginar o que aconteceria de seguida, aqueles barulhos assustadores, aqueles raios de luz a entrarem pela sala dentro como flechas, e o assobio do vento nas gretas da janela…
Nestas noites de tempestade, Margarida e os seus irmãos juntavam-se à lareira, aconchegavam-se no colo do avô e ouviam as suas histórias, umas assustadoras outras de encantar, mas todas elas especiais…
Agora só restam as recordações do seu avô. Lembra-se bem da noite em que o perdeu. Naquela noite de tempestade toda a gente termia, o mundo parecia descontrolado, a noite era dia, o vento era mais veloz que uma gazela, as árvores parecia quererem voar, a Margarida sentia medo, sentia muito medo, mas o seu avô não estava lá, então, depois do medo, veio a saudade e de mãos dadas com ela vinha a tristeza, e agora era o seu interior que parecia descontrolado, o seu coração queria voar a sua respiração estava cada vez mais forte, foi nesse instante que ela percebeu, realmente, o que era a morte…Aquela palavra estranha que a sua mãe lhe tinha dito na semana anterior:
- Querida, o avô estava muito doente e acabou por morrer esta manhã.
Mas Margarida não sabia o que era a morte, era pequena demais para a perceber. Para ela foi naquela noite de tempestade, em que o seu corpo ficou desordenado, que o avô morrera, pois naquele momento ele não estava lá para a proteger do medo, lembrou-se das palavras da mãe caiu na realidade e chorou.
Agora Margarida diz aos seus filhos que a morte é quando adormecemos para acordar mais fortes que nunca, e que aquilo que não vemos por vezes sentimos, basta olhar para o interior do coração.
Ela ainda chora, quando ouve o tic-tac da chuva nos vidros da janela.

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